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Triumph Street Tiger

A sóbria Triumph Tiger de uso misto é base de de um projeto super moderno e futurista

Imagine uma motocicleta projetada nos anos 2000 com todos os seus predicados, mas também com a herança de uma estética confusa, caracterizada por abundância de plásticos e uma evidente falta de personalidade em termos de design. É o caso da Triumph Tiger 955i, uma proposta dual sport com um motor vigoroso, muito bem projetado, inserido em um conjunto estético, mesmo para os anos 2000, envelhecido e pouco marcante.


Esse foi, mais uma vez, o grande desafio de Renato Frateschi da Frateschi Garage. Resgatar um tigre selvagem envelhecido e maltratado ao longo dos anos e trazer de volta sua dignidade, vigor e exuberância contando com a ajuda de toda a tecnologia de fabricação disponível. Não conformado com motocicletas padrão de consumo de massa, novamente rebelou-se e começou a projetar uma nova máquina que realmente fizesse jus ao seu nome.


A Tiger 955i veio do Rio de Janeiro para São Paulo justamente para ser recuperada de um primeiro trabalho de customização no qual o proprietário, ao andar pela primeira vez na motocicleta, não se sentiu seguro, principalmente no que dizia respeito à parte estrutural da moto, algo que significava um certo risco a sua integridade física. Sem pensar duas vezes, depois de ver pessoalmente um dos trabalhos da Frateschi, decidiu recomeçar do zero já que uma motocicleta que tinha um enorme potencial acabou se transformando em um problema.


Para a Frateschi era um desafio duplo: a recuperação a partir de uma motocicleta já modificada e o primeiro projeto sobre a base de uma moto inglesa com suas particularidades técnicas.


O Tigre ferido foi completamente desmontado para o início de um projeto de recuperação e modificação cuidadoso, passo a passo.


O estilo do projeto tomou como referência uma mistura de street tracker com um quê de street fighter já que a moto original de fato tinha uma proposta de dual sport mais inclinada ao “sport” do que ao “dual”. Um motor potente e de alto desempenho com uma tocada mais esportiva mas com mais conforto na posição de pilotagem e na altura do conjunto definida pelas suspensões um pouco mais generosas.


O quadro teve de ser completamente retrabalhado desde a parte de baixo, lançando mão do processo TIG. A solução do subframe na primeira customização era um desastre tanto em termos estéticos quanto estruturais. O resultado ficou belíssimo e com uma harmonia incrível por conta de dois grandes volumes muito bem definidos e proporcionais partindo do centro da moto tanto para frente quanto para trás.. Provavelmente o que motivou, durante o processo, à decisão de destacar o quadro em uma cor marcante para justamente evidenciar a harmonia e estética do conjunto. Para coroar o belo trabalho, o tanque de combustível escolhido veio da irmã da marca, a Daytona. A escolha de deixar o tanque preto foi providencial. Imagine um tanque de qualquer outra cor ou mesmo amarelo. Mataria o destaque do quadro. Esteticamente, a escolha de um esquema de pintura discretíssimo em forma de fios amarelos correndo nas laterais do tanque foi acertadíssima. E a pergunta mais ouvida nos fóruns de customização mundo afora: mas onde está a bateria? Escondida, claro. Uma bateria de Ion Lítio de dimensões reduzidas foi parar embaixo da balança traseira.


Ainda em termos de decisões de design, há um trabalho discreto mas importantíssimo de escolha de cores e texturas que é difícil de perceber apenas em fotos. Um trabalho que salta aos olhos quando visto de perto. O tanque e os paralamas tem brilho, já motor e balança levam preto micro texturizado. O restante leva preto fosco fazendo com que o conjunto não pareça uma coisa só.


No projeto, nada é gratuito ou posicionado aleatoriamente. O novo conjunto de escapamentos em inox 3 em 2 com ponteira importadas acompanha exatamente a linha que sobe do subframe. Daí a razão das ponteiras voltadas para cima.


A mesma situação acontece com o exclusivo conjunto óptico dianteiro, projetado totalmente em software CAD e impressão 3D com filamento plástico ABS HT, mesmo material empregado na indústria e que possibilita formas impossíveis de se obter com qualquer outro tipo de processo de fabricação. Observando a moto lateralmente, percebe-se que a linha de cima dos faróis dianteiros é praticamente uma continuação da linha inclinada para baixo do tanque de combustível. Isso é design na sua expressão máxima. A atenção às linhas e o cuidado nos mínimos detalhes que às vezes são imperceptíveis para muitos. Detalhes que não são explícitos e evidentes mas que agradam ao observador, mesmo que ele não entenda exatamente de onde vem aquela percepção de “tudo no lugar certo”. Mover o conjunto de faróis um pouco mais para cima ou para baixo arruinaria o desenho do conjunto como um todo.


Além dos faróis dianteiros, o CAD e projeto digital 3D também foram cruciais para dar forma as setas, lanterna traseira, para-lamas, protetores de bengalas, suporte de placa, reservatório de bateria, caixa de bateria e muitas outras peças menores.

Nas suspensões dianteiras, o apelo esportivo falou mais alto com a substituição das bengalas originais por um conjunto invertido Showa de 43mm e curso de 180mm. Mas nada de semi-guidão. Pelo uso da moto e natureza do projeto, o desenho praticamente implorava por um guidão mais aberto, nem tão baixo e nem tão alto, posicionado em cima da mesa superior, no melhor estilo fun bike. Os freios dianteiros foram atualizados para modernas pinças duplas Brembo com mangueiras Aeroquip e utilizando fluído DOT 5.1 Elf.


O conjunto de rodas de alumínio ganharam belos pneus alemães Heinedau K60, 110/80,19 na dianteira e 170/60/17 na traseira. Aqui o dual ditou a regra. Pneus de uso misto para evidenciar o lado “tracker” e as medidas de aro típicas das motocicletas de uso misto.

O resultado final de tamanho esforço e de uma motocicleta com um longo histórico, não poderia ser diferente. Uma fera que volta a vida pelas mãos de um rebelde no melhor estilo cyberpunk. Renato Frateschi conseguiu com dedicação, assistido por todo seu investimento em conhecimento e tecnologia, criar uma motocicleta completamente nova, instigante e com um estilo único e exclusivíssimo: a Street Tiger.


Veja mais: Hiconsumption: Frateschi Turns Triumph’s Tiger 955i Into A Slick Street Scrambler Moto

Rocket Garage: Triumph Street Tiger 955i ⁣

Bike Bound: Street Tiger: Triumph 955i Street Tracker


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Triumph Street Tiger

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